Muitas empresas internacionais estão olhando para o Brasil como uma oportunidade para expandir seus negócios e crescer mundialmente. Sempre falamos que o processo de expansão de uma marca estrangeira no país é complexo e burocrático. É por isso que ao iniciar um novo negócio algumas etapas irão guiar sua empresa em todos os processos necessários para consolidar sua presença no país.

Neste artigo, listamos 7 passos para sua empresa seguir.

1. Entenda as leis regulatórias alfandegárias e seu impacto no seu modelo de negócio

A primeira coisa a saber antes de qualquer exportação para o Brasil, seja diretamente para um comprador ou para montar um estoque local, é que ao contrário do que é feito em muitos países, você não poderá realizar a entrega da mercadoria sem um intermediário brasileiro com autorização de importação.Para esse processo, é necessária uma licença de importação chamada RADAR para fazer o desembaraço aduaneiro.

Uma empresa estrangeira não está autorizada a obter esta licença RADAR, apenas uma empresa brasileira poderá processar o desembaraço aduaneiro dos produtos. Isso significa que uma empresa estrangeira não pode entregar DDP ao seu cliente ou a um depósito/centro de distribuição.

Em termos de modelo de negócios, você deve se adaptar a essa realidade, focando em compradores com capacidade de importar, encontrando um distribuidor (muitas vezes para cada estado), trabalhando com um ou mais parceiros locais como Importador de Registro e Cumprimento provedor, ou abrir uma filial para obter as autorizações necessárias.

2. Verifique as normas regulamentadoras do seu projeto

O Brasil tem seus procedimentos únicos, muitas vezes com pouco ou nenhum reconhecimento dos padrões internacionais comumente usados ​​no mundo. O país está em último lugar (141/141) no Relatório de Competitividade Global de 2019 do Fórum Econômico Mundial para “Burden of Government Regulation”.

Consequentemente, isso significa que mesmo que uma empresa já tenha testado seus produtos e atendido com sucesso os requisitos técnicos por meio de um método reconhecido internacionalmente, ainda pode ser necessário retestar e recertificar esses produtos para atender aos requisitos técnicos adequados usados ​​no Brasil.

Isso diz respeito principalmente a produtos relacionados à saúde, cosméticos, eletrônicos e relacionados à alimentação e agricultura. Será necessário, portanto, consultar as orientações dos órgãos públicos competentes:

ANVISA para produtos sanitários e cosméticos.

INMETRO / ANATEL para produtos eletrônicos e de telecomunicações.

MAPA para alimentos e produtos agrícolas.

Esses regulamentos se aplicam tanto aos produtos quanto às empresas que os distribuem.

Fique atento às necessidades do seu projeto e aos prazos de cada etapa, pois o processo pode demorar. Por exemplo, a obtenção da ANVISA para sua subsidiária certamente levará um ano até que ela possa entrar em operação. Sabendo disso, você pode preferir encontrar uma parceria local (como a Novatrade) antes de fazer esse investimento de tempo e dinheiro.

3. Aprenda a navegar pelo complexo sistema tributário brasileiro

Quando uma empresa internacional se interessa por uma potencial expansão no Brasil, um dos primeiros pontos de atenção deve ser a projeção dos custos operacionais e ter uma ideia dos preços possíveis na ponta da cadeia de distribuição.

De fato, fazer negócios no Brasil requer um profundo conhecimento do ambiente local, incluindo os altos custos diretos e indiretos de fazer negócios, comumente referidos em português como “Custo Brasil”. O relatório Doing Business 2020[N11] do Banco Mundial classifica o Brasil em 124º lugar entre 190 países em termos de facilidade para fazer negócios.

É altamente recomendável trabalhar com um parceiro local para entender o complexo sistema legal e regulatório do Brasil para fazer previsões precisas e construir um plano de negócios correto.

Você terá que estudar e entender mais sobre alguns custos e impostos importantes para abrir sua operação no Brasil, como:

a. Compreender o nível de autoridades (Federal, Estaduais, Municipais);

b. Compreender os regimes de tributação das empresas;

c. Identificar os impostos de importação pagos no desembaraço aduaneiro e entenda quais são os impostos relacionados apenas à importação e os impostos também aplicados localmente;

d. Compreender o mecanismo de recuperação de impostos;

e. Entenda os parâmetros que vão impactar na tributação das suas vendas;

f. Entenda os tributos diretos sobre pessoa jurídica;

g. Esteja ciente de possíveis incentivos fiscais.

4. Planejar a cadeia de suprimentos e distribuição levando em consideração o tamanho e o sistema tributário do Brasil

O Brasil é um gigante e sua infraestrutura ainda não está no nível de regiões como Europa ou América do Norte.

Os custos de logística podem reduzir drasticamente sua margem operacional se a cadeia de suprimentos não for bem planejada.

Além disso, a carga tributária pode mudar de acordo com a cadeia de abastecimento e distribuição de suas mercadorias.

A escolha de determinadas ferramentas logísticas como entrepostos alfandegados ou uma determinada cadeia de distribuição pode mudar consideravelmente a situação e otimizar seus investimentos iniciais.

Reserve um tempo para estudar vários cenários possíveis com a ajuda de um especialista local que tenha uma compreensão abrangente dos diferentes prós e contras de cada modelo.

5. Não tenha a arrogância de achar que vai conseguir adaptar seu marketing sem uma visão local

Muitas marcas acreditam que podem atingir os consumidores brasileiros usando os mesmos métodos e comunicações usados ​​em seu mercado atual.

Os brasileiros são muito apegados às suas culturas (no plural dada a diversidade do país), muito comunicativos, criativos e com forte presença no online.

Uma equipe de marketing, mesmo latina, mesmo falando português brasileiro, trabalhando remotamente sem viver as culturas locais não conseguirá falar com os consumidores de forma eficaz e criar entusiasmo pela sua marca.

O Brasil tem a quinta maior população de usuários de mídia social em todo o mundo e a segunda maior fora da Ásia, perdendo apenas para os Estados Unidos. Um mercado tão vasto representa um mundo de oportunidades para múltiplas redes sociais online (fonte www.statista.com)

6. Considere as relações humanas

Seja com seu distribuidor, seu fornecedor ou seus funcionários, você terá que trabalhar e manter suas relações humanas para garantir seu sucesso.

É uma soft skill muitas vezes subestimada em um país onde os negócios são feitos primeiro com o ser humano à sua frente e não com a corporação e podem perder e ganhar grandes oportunidades com um simples gesto.

7. Pense a longo prazo

Um ditado famoso diz: “O Brasil não é para amadores”.

E nisso dá a entender que o Brasil deve ser pensado a longo prazo. O tempo de assimilar sua complexidade, de se desenvolver em etapas sem querer ignorá-las sob o risco de “pular no fundo do poço”. 

O sucesso do desenvolvimento permitirá tirar partido de um mercado continental com forte dinamismo e potencial de crescimento. Uma dica, portanto, reserve um tempo para preparar esse mercado com cuidado. Alguns meses perdidos de planejamento valerão ouro quando as operações forem iniciadas.

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